Economia / Educação
  

Maioria dos alunos não entrou em universidade por falta de dinheiro, diz estudo

É o que indica levantamento da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior e da Educa Insigths, que entrevistaram 1,2 mil pessoas em quatro capitais

por Ludmilla Souza – Agência Brasil   publicado às 13:45 de 26/04/2017, modificado às 13:48 de 26/04/2017

Dificuldades econômicas prejudicam a continuidade dos estudos de alunos brasileiros. Pesquisa feita com estudantes que terminaram o ensino médio mostra que 70% deles não ingressaram em uma faculdade por não ter condições de pagar.

Seja por atualização ou por prazer, mais e mais pessoas buscam aprender por meio de aulas on-line de universidades famosas. Foto: Juan Carlos Arellano/Free Images

De acordo com levantamento da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES) e da Educa Insigths, 23% desistiram por não conseguir uma vaga em universidade pública. Entre os egressos do ensino médio, 52% ainda esperam conseguir entrar para a universidade (62% em até dois anos).

Foram entrevistadas 1,2 mil pessoas nas cidades de São Paulo, do Rio de Janeiro, de Salvador e Porto Alegre, no período de 3 de fevereiro a 2 de março deste ano.

Escolas

Entre os alunos que ainda estão cursando o ensino médio, 60% dizem que sabem em qual área pretendem atuar.

Eles consideram a faculdade importante (94%), acreditam ser o caminho natural após a conclusão do ensino médio (70%) e acham que é a entrada paralela no mercado de trabalho (40%). Segundo a pesquisa, os estudantes têm preferência por cursos de bacharelado (76%). O curso técnico é escolha de somente 12% dos entrevistados.

Entre esses jovens, 62% adiariam os planos se não tivessem dinheiro para pagar a faculdade e 44% o fariam se não conseguissem entrar em uma instituição pública.

O estudo também mostrou que 31% dos jovens trabalham enquanto cursam o ensino médio – 72% deles querem ter independência financeira e 23% trabalham para complementar a renda familiar. A maioria dos entrevistados (56%) considera o estudo mais importante do que o trabalho nessa fase da vida. Cerca de 24% já tiveram de dar uma pausa nos estudos em algum momento, seja por ter conseguido um emprego (35%) ou por conta do baixo desempenho e da repetência (27%). 

Pais influenciam

As entrevistas revelaram que os pais são grandes influenciadores dos filhos no processo de decisão e que consideram o ensino superior o caminho natural logo após o ensino médio (78%). Entre os entrevistados, 98% acham importante que o filho entre na faculdade no futuro, para conseguir um bom emprego (67%). Entre os pais que não veem a entrada imediata do filho no ensino superior, 71% antecipariam a decisão se o filho obtivesse bolsa ou financiamento estudantil. Já 62% adiaram os planos de ensino superior caso o filho não passasse em uma instituição pública.

Carreiras tradicionais

As carreiras tradicionais continuam tendo a preferência dos estudantes que ainda estão no ensino médio. O curso de direito lidera o ranking, com 7%, seguido de engenharia (6%), medicina (6%), administração (5%) e psicologia (3%).

Tags:

educação, finanças, vestibular, universitários, universidade privada, mensalidades, universidade pública

Confira também

RevistaTecnologia / Educação
Cidade InformaEconomia / Educação
Cidade InspiraEconomia / Educação
06/01/2015
Projeto ensina economia doméstica para crianças
por Valeria Dias - Agência USP