Yusra Mardini, a refugiada síria que inspirou o mundo no ano passado durante os Jogos Olímpicos do Rio, fez um apelo aos líderes mundiais reunidos em Davos, na Suíça. Ela alertou que refugiados vulneráveis, assim como ela, têm necessidades que vão além do suporte básico.
Durante evento em Davos, a refugiada síria Yusra Mardini falou sobre sua experiência pessoal fugindo da guerra em seu país. Foto: Gisella Lomax/ACNUR
“Com comida no estômago, nós podemos sobreviver. Mas somente se nos for dada comida para a alma iremos prosperar”, disse a nadadora de 18 anos, durante um evento paralelo ao Fórum Econômico Mundial.
Yusra Mardini, a refugiada síria que inspirou o mundo no ano passado durante os Jogos Olímpicos do Rio, fez um apelo aos líderes mundiais reunidos em Davos, na Suíça. Ela alertou que refugiados vulneráveis, assim como ela, têm necessidades que vão além do suporte básico.
“Com comida no estômago, nós podemos sobreviver. Mas somente se nos for dada comida para a alma iremos prosperar”, disse a nadadora de 18 anos, durante um evento paralelo ao Fórum Econômico Mundial.
“Existem diferentes tipos de alimento. Há o amor de nossa família e amigos, e talvez eles ainda estejam em zona de guerra ou talvez tenham se separado durante a fuga da violência”, afirmou.
Yusra, importante apoiadora da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), falou no evento “Jornada Global de Objetivos para um Mundo sem Fome e Inclusivo”, organizado por Programa Mundial de Alimentos (PMA), Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e pela iniciativa Project Everyone.
“Como uma refugiada, sei o que é passar fome e sede. Se você tiver sorte de chegar a algum lugar com segurança, te dão comida, água e abrigo. E, claro, sem essas coisas você não pode viver”, declarou durante o evento que teve a participação de líderes empresarias, chefes de Estado e celebridades como a cantora Shakira e o chef britânico Jamie Oliver.
Baseando-se em sua própria experiência, Yursa, emocionada, relatou os desafios que as pessoas que fogem de guerras e perseguições enfrentam — uma realidade agora vivida por mais de 65 milhões de pessoas.
Yusra fugiu da guerra na Síria e salvou vidas durante uma perigosa travessia de barco da Turquia para a Grécia. Ela chamou a atenção do mundo quando competiu na prova de 100 metros livres no Rio de Janeiro como parte da primeira Equipe Olímpica de Atletas Refugiados.
Ao convocá-la para subir ao palco, o atleta olímpico Michael Johnson disse: “Yusra é uma mulher muito valente”. “Todos os atletas olímpicos que fizeram parte do time dos refugiados superaram muitas dificuldades e injustiças, e ganharam a oportunidade de competir com os melhores atletas do mundo”.
Enquanto se prepara para se qualificar para os Jogos Olímpicos 2020 em Tóquio, Yusra também se concentra em inspirar pessoas deslocadas ao redor do mundo e em mudar o modo como os refugiados são percebidos.
“Encontro meu alimento sendo ativa”, disse Yusra. “No meu caso, encontro meu alimento nadando e treinando durantes horas todos os dias e lutando por uma medalha olímpica, defendendo a causa dos refugiados em todo o mundo como colaboradora do ACNUR e como parte da Equipe Olímpica dos Atletas Refugiados”.