Segundo alerta divulgado pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) na semana passada (terça-feira, 22), o El Niño – fenômeno caracterizado pelo aquecimento da superfície das águas do Oceano Pacífico – está causando danos no setor da agricultura no Brasil, no norte da Austrália, em partes da Indonésia e da América Central. Impactos também serão sentidos na produção agropecuária e de cultivo no sul da África.
Foto: Wagner Machado Carlos Lemes/Flickr
O Sistema de Informação Global e Alerta Antecipado (GIEWS) da FAO noticiou em março a intensidade do El Niño de 2015 e agora afirma que o fenômeno deve ser o mais forte em 18 anos, tendo sua fase de pico no começo de 2016, antes do período usual de colheita no sul da África.
A África do Sul já declarou estado de seca em cinco províncias, que são suas principais regiões de produção de cereais. Lesoto divulgou um plano de redução da seca e a Suazilândia implementou restrições no uso da água, à medida que os níveis das reversas se tornaram baixos. Além disso, os preços do comércio varejista de milho dobraram em Moçambique e Malauí.
O alerta também aponta para um aumento do risco de febre do vale do rift, particularmente no leste africano, que afeta, principalmente as ovelhas, cabra, gado, búfalos e antílopes, mas também pode ser letal para os homens. Surtos da doença costumam estar associados com o El Niño, que traz chuvas fortes e propicia o ambiente para a proliferação de mosquitos transmissores da doença.
O fenômeno também causa aumento das chuvas no sul, sudeste e centro-oeste brasileiros, afetando o preço dos alimentos, devido ao encarecimento de sua produção. Já nas regiões Norte e Nordeste, as perspectivas apontam para um trimestre ainda mais seco que o normal.