A Casa do Menor, cujo carisma é a acolhida de jovens de rua, fundada pelo padre italiano Renato Chiera, corre o risco de fechar as portas devido ao anunciado corte de verbas por parte do governo federal.
Padre Renato Chiera, fundador da Casa do Menor. Foto: Divulgação
Padre Chiera escreveu uma carta à presidente Dilma Rousseff, na qual interroga sobre o futuro da instituição. “Mantemos casas para recém-nascidos abandonados, casas para portadores de necessidades especiais, casas de acolhida para crianças e adolescentes em situação de risco pessoal e social. E, agora, deveremos fechar todas elas e jogar nossos filhos na rua?”
Padre Chiera, que está no Brasil há 37 anos e ajudou a retirar das ruas milhares de pessoas, pede que o governo reveja a decisão e, com muito pesar, destaca que “para punir e aumentar o número de prisões”, sempre há dinheiro, mas para quem “luta para resgatar vidas”, nunca há verbas.
A “Casa do Menor”, lê-se ainda na carta, “não pode suportar e enfrentar por mais de um mês esta situação enquanto tem que atender 3 mil crianças e adolescentes que são acolhidos nas estruturas da entidade”. “Um País que abandona seus filhos mais fracos – finaliza Padre Chiera – não terá futuro”.
Em abril, Padre Chiera e um grupo de 25 menores encontraram o Papa Francisco. Eles vieram à Itália para uma turnê musical. Em entrevista à Rádio Vaticano, Padre Chiera já alertava sobre a difícil realidade econômica da Casa do Menor.
“Hoje, nós temos muitas dificuldades. O governo ajuda pouco, muito pouco, mas é fundamental. A sociedade brasileira está crescendo um pouquinho na solidariedade, mas aquele que poderia ajudar mais ainda não ajuda”.
*Texto original publicado pela Rádio Vaticano.