Quem passa pelo funil do vestibular e chega à tão sonhada vaga na universidade entra em um período de calmaria que dura poucos meses até o momento em que os primeiros colegas começam a estagiar. Como nem todos têm a mesma sorte, muitos chegam às vésperas da formatura sem conseguir uma experiência comprovada para os quatro ou cinco anos de aulas teóricas, e vão enfrentar ainda mais dificuldade para se posicionar quando estiverem com o diploma na mão.
Plataforma MyBrainstorm usa problemas reais vindos de micro e pequenos negócios para ajudar quem busca mais que teoria. Arte: Freepik*
Diante de um quadro como esse, Paulo Futami, 35, decidiu usar a experiência que adquiriu desde cedo dentro de casa para criar a plataforma online MyBrainstorm, recém-nascida com o objetivo de conectar empresas e universitários por meio da resolução de problemas reais. Em vez de lidar com salas de aulas reais, decidiu apostar na oportunidade de negócio gerada por 7,3 milhões potenciais usuários, número total de universitários matriculados no país, segundo dados do Censo da Educação Superior de 2013 realizado pelo MEC (Ministério da Educação). “Pensei que tinha que fazer algo que eu pudesse afetar um número muito maior de alunos e, para isso, só há a internet e a tecnologia”, avalia o fundador da empresa.
Dentro do site, lançado no começo do ano, os alunos escolhem os desafios lançados pelas empresas dentro de sua área de conhecimento (comunicação, marketing, administração, TI, entre outras) e sugerem as soluções. Do outro lado, o empresário faz uma avaliação do trabalho e classifica a tarefa, que rende pontos e pode fazer com que o estudante suba no ranking de sua universidade, da cidade ou do estado.
Entre os casos surgidos logo no primeiro mês do site está o de um aluno de marketing de São Paulo que ajudou um empresário a criar um sistema de envio de mensagens SMS para grávidas. Em outra tarefa bem-sucedida, um aluno de quarto semestre de marketing que atuou ao lado de um microempresário de Manaus na estratégia virtual para uma pequena rede de farmácias.
Até o final de 2016, o presidente-executivo da plataforma espera alcançar 50 mil alunos, especialmente na rede privada. No plano de refinamento das funcionalidades, está prevista a criação de subproduto que trate os dados dos desafios para engajar universidades, que poderão saber o desempenho de suas turmas e compará-los com outras instituições. “Com isso, a faculdade vai conseguir mostrar relatórios ao MEC que provam como o aluno pratica o que é ensinado na sala de aula”.