Esporte / ComportamentoESPORTE Revista CNJulho / 2018 por EMANUEL BOMFIM

Maior de todas, Maria Esther morre sem receber devido reconhecimento

Antes de Guga, poucos sa­bem, havia “Estherzinha”. A falta da devida reverência à maior atleta da história do esporte brasileiro não é uma novidade. Com exceção dos boleiros, o Brasil é incapaz de cultivar memória e preservar legado. Maria Esther Bueno morreu no dia 8 de junho, aos 78 anos, após lutar contra um câncer na boca. Ganhou a estampa de jornais e alguma poesia audiovisual em programas jornalísticos de fim de noite com o triste anúncio de seu falecimento. Não houve comoção generalizada. Afinal, o estrago já estava feito: o rolo compressor do esquecimento já havia passado por sua imagem algumas vezes. Aos fãs mais ardorosos do tênis havia sempre um alento, já que era figura frequente em transmissões de torneios nos canais SporTV (que pertencem à Rede Globo). A retórica trazia a mesma elegância que apresentou em quadra e deixou o mundo boquiaberto. Reclamava costumeiramente de jogadores que temiam a rede e se enrolavam na hora de aprumar voleios. Também, pudera: Bueno pertenceu à escola do saque-voleio, de exigência técnica elevada e de leveza nos golpes. Plasticamente, sem dúvida, muito mais interessante do que veio a se tornar o tênis na era moderna, com a supremacia física e a evolução tecnológica das raquetes.



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