Pais de crianças com deficiência querem que o Ministério da Justiça crie regras contra a cobrança de taxas extras em escolas particulares. Para isso, Consuelo Martins, mãe de uma criança com necessidades especiais, levou ontem (25) à Câmara dos Deputados e aos ministérios da Educação e da Justiça um abaixo-assinado com 15 mil assinaturas.
A advogada Consuelo Martim entrega no Ministério da Justiça abaixo-assinado de pais de crianças com deficiência. Eles pedem o fim de taxas extras em escolas particulares. Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Segundo Consuelo, escolas particulares de todo o Brasil cobram taxas extras para alunos com necessidades especiais. Outras, exigem que os pais contratem um profissional para acompanhar a criança, chamados mediadores. ”O que a gente quer é que as escolas abandonem essa prática, que não seja cobrada taxa extra e nem outra despesa extra, tipo a mediação separada”, defendeu Consuelo, que por último entregou o abaixo-assinado à Secretaria Nacional do Consumidor do Ministério da Justiça (MJ).
A secretária nacional do Consumidor do MJ, Juliana Pereira, que recebeu Consuelo, frisou que esta cobrança é irregular. “Nenhum consumidor pode ser discriminado por uma condição, qualquer que seja ela. Especialmente uma criança, por ter deficiência”, avaliou.
A secretária pede que os pais denunciem a cobrança de qualquer tipo de taxa ou exigência de mediador para crianças com deficiência. Juliana disse que o Ministério da Justiça vai buscar o Ministério da Educação e a Secretaria da Pessoa com Deficiência para para saber a quais normas as escolas estão submetidas e o que estes órgãos podem fazer no sentido de evitar abusos. “Do nosso ponto de vista a discriminação é proibida pelo código do consumidor, mas precisamos ver pelos outros pontos de vista”, disse Juliana.
Para dar força os pais, a secretária disse ainda que o MJ vai buscar parcerias com os Procons e com os Ministério Públicos estaduais para criar uma rede de defesa para estes casos.”Estamos em uma situação que beira a quebra dos direitos à dignidade da pessoa humana, muito mais do que a quebra do direito como consumidores”, disse a secretária.
A Agência Brasil entrou em contato com a Federação Nacional das Escolas Particulares, mas até o fechamento da matéria não teve retorno.
*Colaboração da TV Brasil