O Prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, Cardeal João Braz de Aviz, lançou no último domingo (22), na Cúria Metropolitana de Brasília, o livro intitulado “Sou João – verdade e diálogo por uma Igreja-Comunhão”, que trata da sua trajetória como Cardeal, o seu pensamento sobre a Igreja Católica e seus desafios em nível nacional e internacional.
Estiveram presentes no lançamento, o Arcebispo da Arquidiocese de Brasília, Dom Sérgio da Rocha, o Arcebispo Emérito de Brasília, Dom José Freire Falcão, a Presidente nacional da CRB, Irmã Maria Inês Vieira Ribeiro, bispos auxiliares, religiosos e leigos de várias paróquias da Arquidiocese e Adelmo Cordeiro Galindo, da editora Cidade Nova, que publicou o livro.
Na abertura, Dom Sérgio deu as boas-vindas aos presentes e fez referência à Arquidiocese de Brasília como sendo a casa de Dom João pela missão que lá assumiu. “Nesta tarde quero felicitar Dom João pelo livro. Fico feliz, especialmente com as palavras destacadas: verdade, diálogo por uma Igreja-Comunhão”. Para Dom Sérgio, o título expressa bem a vida e o ministério de Dom João mas, também, indica o caminho a ser percorrido por cada católico, como um programa de vida e em vista da fidelidade a Cristo e a comunhão com o Papa Francisco.
“O livro nasceu na França e foi lançado com o título “O homem de chumbo”, pelo fato de eu ter levado - há muito tempo atrás - um tiro e ter muito chumbo no meu ‘esqueleto’. Na Itália, foi lançado com o nome “Um bispo que veio da periferia para o Vaticano” e no Brasil, “Sou João – verdade e diálogo por uma Igreja-comunhão”, porque não gosto muito dos títulos eminência, excelência, etc.”, explicou Dom João.
Ao falar do tema da verdade, do diálogo e da comunhão, Dom João ressaltou que, na atualidade, é de fundamental importância o testemunho da comunhão, pois se agravam os problemas da violência, da pobreza, da corrupção e a própria sociedade não aceita mais as desigualdades que marcam o cotidiano das pessoas como a diferença de direitos entre homem e mulher, ricos e pobres, a exposição de crianças a todo tipo de situações. “Queremos um mundo onde, partindo de uma dignidade única de todos nós, possamos construir a paz, a dignidade que a gente quer”, frisou.
"Tudo que faço só tem sentido se é em função da sociedade"
Dom João enfatizou, ainda, que “não tem como no mundo de hoje não criarmos relacionamentos que partam da igualdade. Depois, cada um de nós, na sua missão leva o que tem dentro. Se sou bispo tenho que dar o que tenho como bispo, se sou fotógrafo, jornalista, tudo que faço só tem sentido se é em função da sociedade”.
Dom João fez referência também ao problema da violência por grupos religiosos extremistas, no Oriente. “Não acreditamos numa religião que puxe pela violência pois não tem nada a ver com Deus, com tradição religiosa”.
Sobre o Ano da Vida Consagrada, Dom João falou das expectativas do Vaticano e do esforço que está sendo feito para trabalhar com os religiosos temas que são vitais e fundamentais para uma Vida Consagrada saudável. De acordo com ele, os religiosos precisam trabalhar seriamente a questão da formação, da vida comunitária, do poder, do autoritarismo e da administração do dinheiro. “O Papa quer uma Igreja pobre e para os pobres e para isso é necessário recuperar os valores e consequentemente nossa relação com Deus”.
Durante o lançamento, que teve tom amigável e de muita proximidade, os participantes puderam dialogar com Dom João acerca da sua vida e experiência no Vaticano e da sua relação com o Papa Francisco. Além disso, receberam o livro autografado e se confraternizaram no momento de coquetel, que foi servido a todos com direito a um bolo que trazia estampado a capa do livro.
*Texto original publicado pela Rádio Vaticano.