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Entidades educacionais pedem que MEC não seja usado como moeda de troca

Na semana passada, o ex-ministro Cid Gomes deixou a pasta, após embate com parlamentares na Câmara dos Deputados. O secretário executivo, Luiz Cláudio Costa, assumiu interinamente

por Mariana Tokarnia - Agência Brasil   publicado às 09:49 de 23/03/2015, modificado às 09:49 de 23/03/2015

Entidades ligadas à educação pedem à presidente Dilma Rousseff que o Ministério da Educação (MEC) não seja usado como moeda de troca e que o novo ministro esteja comprometido com o cumprimento do Plano Nacional de Educação (PNE) e com o fortalecimento da educação pública, com o diálogo permanente com a sociedade.

Foto: Sanja Jenero/Free Images

Na semana passada, o ex-ministro Cid Gomes deixou a pasta, após embate com parlamentares na Câmara dos Deputados. O secretário executivo, Luiz Cláudio Costa, assumiu interinamente o MEC.

Na quinta-feira (19), a Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (Anped) informou, por meio de manifesto, que o MEC "não pode ser balcão de negócios ou moeda de troca para assegurar a governabilidade".

A associação sugere que o novo ministro assuma o compromisso de cumprir o PNE, em consonância com as deliberações aprovadas no documento final da Conferência Nacional de Educação (Conae) 2014.

A Anped defende o fortalecimento da educação pública e manifesta "preocupação com os rumos do Ministério da Educação, que, desde o início de 2015, evidencia um descompasso entre sua agenda política e o fortalecimento da educação pública, laica, gratuita, democrática e de qualidade socialmente referenciada".

A Campanha Nacional pelo Direito à Educação, rede que articula mais de 200 grupos e entidades distribuídas por todo o país, divulgou na sexta-feira (20) carta aberta à presidente Dilma Rousseff, na qual sugere que a chefia da pasta "seja ocupada por pessoa que goze da necessária legitimidade política e também de amplo reconhecimento na comunidade educacional, especialmente de trabalhadores[as] em educação, gestores[as] públicos, conselheiros[as] educacionais, ativistas e pesquisadores[as]".

O documento ressalta a necessidade de um "esforço irrevogável de cumprimento do PNE", além do fortalecimento da Conae, Fórum Nacional de Educação (FNE) e outros canais efetivos de participação social. Pede também compromisso com a repactuação federativa no compartilhamento dos custos das políticas educacionais.

Também ontem, a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) encaminhou carta à presidente da República elogiando a declaração dela de que a escolha do novo ministro será a partir de critérios técnicos.

"Sabemos que o nome escolhido deverá carregar legitimidade política para implementar uma profícua gestão [...] e articular as ações necessárias no ao Congresso Nacional. Esta decisão firme e acertada provocará resultados capazes de efetivar os avanços necessários na educação brasileira", acrescenta a carta. 

A Undime reúne os gestores responsáveis pela educação pública nos 5.569 municípios brasileiros. De acordo com a entidade, o tema de governo "Brasil: Pátria Educadora" é uma questão que favorece "o diálogo para concretizar novas conquistas".

Para representantes da Undime, o PNE em vigência é "desafio imposto à União, aos estados e municípios e, por isso, requer permanente diálogo, adequado planejamento e adoção de novas ações na gestão pública".

O PNE estabelece metas a serem cumpridas nos próximos dez anos. Elas vão da educação infantil à pós-graduação, incluindo a formação de professores. Entre as metas está o investimento anual de, pelo menos, 10% do Produto Interno Bruto (PIB) em educação até o fim da vigência do plano.

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