Uma pesquisa recente do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), por meio do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (CETIC.br) revelou dados de como as organizações sem fins lucrativos brasileiras utilizam as redes sociais e as ferramentas de Tecnologia da Informação (TIC). Tive acesso a um apanhado desses dados e gostaria de compartilhar com vocês, já que acredito que boa parte do público da Cidade Nova pode ter algum envolvimento com essas instituições.
A pesquisa foi realizada com 3.283 organizações das áreas de cultura e recreação, educação e pesquisa, religião, saúde e assistência social, desenvolvimento e defesa de direitos. Traçando um perfil, cerca de 54% delas obtém seus recursos a partir de doações de pessoas físicas e 49% por meio de mensalidades e anuidades pagas por associados.
E como elas estão presentes nas redes sociais? Mais da metade das organizações, cerca de 61%, possui conta ou perfil próprio em alguma rede social, contando blogs e fóruns, sendo o Facebook o queridinho das instituições, escolhido por 53% delas. O dado fica interessante quando comparamos à presença em canais sociais das empresas brasileiras, já que somente 39% delas têm algum tipo de estratégia em mídias sociais. Curioso, não?
De que forma elas utilizam esses canais? As ações mais comuns são publicações de notícias (89%) ou temas relacionados às áreas de atuação das organizações (86%). Logo em seguida, a prática de responder comentários e dúvidas de usuários também ganha importância (74%). Por fim, 64% assumem uma postura mais ativa nas redes, utilizando os canais para promover campanhas de conscientização ou mobilização em prol de causas na internet.
Acredito que essas dados explicam porque mídias sociais são atrativas para essas instituições, às vezes até mais do que para determinados setores empresariais. Além dos custos, que podem ser menores em relação à construção de sites e ferramentas de marketing, os canais sociais são ótimos instrumentos de relacionamento com membros e parceiros dessas organizações. Nas redes, elas ganham voz e o compartilhamento não só de conteúdo, mas dos mesmos ideais por parte das pessoas que acompanham o trabalho, sejam doadores, voluntários, simpatizantes, etc.
Quanto à infraestrutura relacionada aos computadores e conexão à internet, a pesquisa indica que o custo dessas duas ferramentas ainda é apontado como uma barreira para que as instituições possam universalizar o acesso de seus membros. Cerca de 75% possuem computadores e 68% acesso à internet, mas esse número despenca nas pequenas organizações, passando a taxas de 30% e 48% respectivamente.
Para 51% das instituições as TICs contribuíram muito para aumentar a agilidade na realização de tarefas, mas apenas 19% mencionaram a tecnologia como facilitadora da captação de recursos. O que, na minha opinião, deixa claro que ainda falta muito para que o acesso e o conhecimento desses recursos seja utilizado pela população como água ou energia, segundo sugerem alguns estudiosos da internet sobre as perspectivas para os próximos anos.